Tivem eu um professor de literatura, Salgado, que estimava à direita e aos totalitarismos tanto coma mim. Definiu coma ninguém o absurdo do franquismo e a censura, ainda hoje viva, como quando Gallardón censurou em Madrid o estreio de Lorca somos todos, espectáculo teatral a cargo do já falecido vilagarciao Pepe Rubianes. O delito do monologuista foi afirmar «a mi la unidad de España me suda la poya por delante y por detrás». É o que hai cousas com as que nom se pode fazer troça: a unidade de Espanha é umha, a monarquia outra e as duas juntas já som a hóstia.
Mas vaiamos ao alho, que sempre me perdo entre pátrias e coroas. Resulta que, e pido-lhe licença ao professor para fazer minhas as suas palavras, havia umha cançom, seguramente tam formosa coma o pasodoble que gabava a Manuel Fraga Iribarne, que dizia «apoyada en el quicio de la mancebía» e os censores, agudos coma alhos, pugérom «apoyada en el quicio de la casa mía». Nunca veriam umha cona ou que? Duvido que seja este o problema de tanto recato. O nacional-catolicismo guardava a moral podre dos fariseus, a mesma que tenhem, por outro lado (ou polo mesmo mais bem) os que orneiam contra a reforma da lei do aborto e mandam às suas filhas a abortar a clínicas privadas em Europa, «con dos cojones»:
«Mais xa sabes o que facían os monxes de Oseira en Coresma, cando estaba proibido comer carne. Tiraban os porcos ao río e logo botaban as redes para pescalos. Os labradores, que non podían nin cheirar o touciño, baixo pena de excumuñón, foron protestar por aquel abuso e o abade dixo: Todo o que cae na rede é peixe!», Manuel Rivas: Os libros arden mal (2006).
Nom se podia falar de putas e ver umha teta era pecado mortal, desses que apagam a lámpada da alma. Com o incómodo e pouco sensual que deve ser foder vestido. A mulher nom a podia chupar porque claro era a mai dos teus filhos e para evitar ficar sem o grande gosto dumha boa irrumatio os moralistas iam de putas. Na whiskaria os curas, estudantes e demais gente de possíveis deixavam o catecismo na entrada, baixavam a Sodoma e Gomorra e recolhiam a carauta nacional-católica à saída. Ninguém lembra ás putas do franquismo. Ninguém lembra as putas que vivem por baixo da sua casa. Só os poetas bebem dos sonhos das putas, porque ambos vendem os seus sentimentos. E eu, puto coma Quevedo, cago-me na puta mai dos putos que permitem que na sua sociedade siga havendo escravas, para eles deveria ser obrigado, embora fosse apenas por um dia, aquela inscriçom pompeiana que punha «Felix chupa por un as». Prostituir-se é alegal e um que nom entende de Direito, mas si um chisco de palavras, pergunta-se como algo tangível e existente pode ser alegal, hai seres humanos alegais numha “democracia”? Que rezem para ter a alma tamém alegal para nom ser julgado post mortem toda vez que as portas do céu apenas se abrem para as “marias magadalenas” do século XXI. Nom lhes valerá chorar nos pés de Jesus porque as bágoas de crocodilo nom abrandam, em todo caso imunizam. E de puta madre.
2 comentários:
Nom há máis putos e putas cos que vendem a súa alma, a súa conciência... Som máis decentes muitas putas que mil gentes de bem e honradas.
Os putos máis grandes son os que marxinan e converten en alegales a os pobos en aras dunha patria que esmaga as liberdades e que prohibe presentarse as eleccions a cidadans que pensan diferente. É tamén son putos os que insultan co seu silenzo complice.
Un saúdo
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