Palavras novas e velhas

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

De formigas e formiguinhas. Fábula eterna


No formigueiro social as operárias nom sabem que som tal e actuam abnegadas polo progresso da colónia e o bem-estar da rainha, até que numha revolta sai umha nova rainha e se forma um novo formigueiro. O ciclo volta começar, que seria das formigas sem revoluçons. De novo paz social, e assi sucessivamente desde que o mundo é mundo. Por algo as formigas som desde sempre formigas, ou quando menos desde que evoluírom do antepassado comum com as avésporas de onde logo sairiam as diversas castes de abelhas, entre elas a europeia que apresenta linguages diferentes dum a outro território, segundo tenhem demonstrado os estudiosos.

Hai outros seres nom gregários que sonham, no entanto, com umha língua universal, quimera representada já no teatro bíblico através do mito da Torre de Babel. O inglês, em situaçom de diglossia quando a invasom normanda, é hoje a língua com mais utentes do mundo, mas tamém a que apresenta maior variedade geolectal, embora nunca se fale disso porque os homes de ciência devem fabricar vírus e armas, nom liberdade e fraternidade.

Estas outras formigas bípedes tenhem tamém operárias e rainhas, se bem aqui mandam os zángaos e em vez de parir novas operárias deixam que os operários fodam entre eles para maior abastamento seu: mao de obra + força de trabalho = mais valor pro domo sua; Os ovos de outro da colónia sombria dos zángaos. No entanto, no mundo das formigas brancas, a Premier Leage dos formigueiros, nom hai revoltas. Perdom, hai revoltas quando as grandes áreas comerciais abrem a tempada das rebaixas e as formiguinhas e formiguinhos, na sua insignificáncia cerebral, competem por ver quem é mais e melhor operária para satisfaçom da zángana corte.

Desde bem pequechas as formiguinhas estudam nos livros redactados polos zángaos e assi rematam pensando, sonhando e vestindo como os zángaos desejem. Som formiguinhas, mas acreditam ser zángaos. Alienaçom acho que é a palavras escolheita para a descriçom deste impúdico fenómeno. Já se sabe, hai o noúmeno e o fenómeno, que bem sendo o formiguinho que chega a zángao após cumprir com o homo homini lupus de rigor.

As formigas sabem bem que a colónia é umha tarefa colectiva e de todos e que o presente e o futuro da mesma passa pola colaboraçom e a solidariedade. As formiguinhas bípedes acham que o de todos e de ninguém e nom o valoram. Nom tenhem muitas vezes nada mais que uns poucos m2 em que cagar, comer e durmir, mas conformam-se sabendo que hai umhas formiguinhas pretas que vivem pior. Ou nom tenhem sangue ou nom tenhem cérebro, ou mais bem nom empregam a primeira para regar o segundo no sano exercício da esculca e análise do entorno, na necessária acçom do pensamento. Enquanto as formiguinhas de classe meia vam-se esfarelando em silêncio, proletarizam-se acho que dim vocês. O home feito macaco polo trabalho e formiguinha através da zángana televisom; pequeno, insignificante e vivendo das falsas projecçons que olha no fundo da cavérnica pantalha platónica onde existem mundos maravilhosos. Caminhemos, pois, do planeta dos macacos ao planeta das formiguinhas, ao menos até que o planeta nos ature a nós e aos zángaos picando-lhe nos quadris. Animais somos si, mas vestidos de roupa e a poder ser de marca, ainda que a fagam crianças nuas. Dissimulem, mas nom podo evitar defecar no seu formigueiro de consciências apagadas.





3 comentários:

Avelaíña disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
AFP disse...

Nom estudo ciências políticas em Compostela, ainda que seria umha escolha certa. Fago filologia galega.

Umha aperta irmandinha

AFP disse...

Sobre a financiaçom ilegal do PP na Galiza