Palavras novas e velhas

terça-feira, 3 de março de 2009

Volver ao rego


«Estava só. O passado morrera, o futuro era inimaginável. Que segurança é que podia ter el de que apenas um ser humano estava da sua parte? E como é que ia saber se o domínio do partido nom duraria sempre? Como resposta, os três slogans sobre da branca fachada do Ministério da Verdade, lembrárom-lhe que: A PAZ É A GUERRA, A LIBERDADE É A ESCRAVITUDE, A IGNORÁNCIA E A FORÇA », George Orwell: 1984. O grande irmao vigia-te.

«Izquierdas o derechas todos son la misma mierda, defendiendo un estado a golpe de bayoneta», Arpaviejas (2008).

«O povo é quem mais ordena», José Afonso.

«Proletários de todo o mundo, uni-vos!», Karl Marx: Manifesto Comunista.

Fôrom quiçais estas as eleiçons em que mais se notárom os efeitos dos educadores do século XXI, os meios de comunicaçom, verdadeiros adoutrinadores das massas e garantes do controlo social. O quarto poder, chamado assí noutrora, já nom é tal e chega até a pôr governos ou tirá-los sem importar-lhe aquel caduco princípio da veracidade e a objectividade. Falou o povo galego, e pronunciou-se pola volta da direita. Rem que objectar, ao fim e ao cabo Galiza é o feudo eterno da direita e o que passou fai quatro anos pudo ter que ver com um candidato com oitenta anos, o Prestige e o desgaste de vinte anos de poder omnímodo. Ou nem isso, porque Fraga foi ministro de Fraga e aqui queríamos-lhe igual com suma reverência. Galiza, seja naçom ou nom, é distinta e até nisto se nota.

Da análise superficial dos dados do passado dia 1 de Março extraem-se algumhas conclusons bastante claras que tentaremos analisar de seguido.

As forças

2009 2005

votos % escanos votos % escanos

Partido Popular 756.488 47'10 39 756.562 45'03 37

PSOE 480.300 29'91 24 555.603 33'07 25

BNG 266.309 16'58 12 311.954 18'57 25

UpyD 23.367 1'45 0

TEGA 18.367 1'14 0

Esquerda Unida 15.854 0'99 0 12.419 0'74 0

Os Verdes 5.580 0'35 0

PUM+J 3.207 0'20 0

FPG 2.720 0'17 0 2.982 0'18 0

Nós-UP 1.470 0'09 0 1.749 0'10 0

PH 980 0'06 0 1.429 0'09 0

D.O. 940 0'06 0 623 0'09 0

Mais Galicia 802 0'06 0

FE de las JONS 599 0'04 0 1.081 0'06 0

SAIn 402 0'03 0

Galicia Unida 273 0'02 0

UCL 264 0'02 0

SDD 234 0'01 0 239 0'01 0

AVE 212 0'01 0

Em branco 22.652 20.912

Nulo 14.440 7.646

Participaçom 2009: 70'5 (abstençom 29'5)

Participaçom 2005: 64'2 (abstençom 35'8)

Vitória do Partido Popular ou fracasso do governo de coligaçom?

Em minha opiniom resulta evidente que a derrota da coligaçom BNG-PSOE resulta manifesta ainda por cima da vitória de Núñez Feijoo, quer dizer, que estes perdêrom a Junta como semelha a vista disto que Fraga a perdera hai quatro anos. Neste sentido os dados som bastante evidentes.

O Partido Popular perde votos como as restantes forças políticas, embora atingisse um resultado espectacular para topar-se fora do poder e exercer umha oposiçom medíocre durante quatro anos, mais destrutiva do que construtiva. Cai em votos quando a participaçom se inçou em seis pontos. No entanto, o resultado é histórico por diversos motivos. O PP ganha em todas as comarcas da Galiza, agá na Fonsagrada, o que demonstra que segue tendo um bom domínio do rural e que aguantou o tirom em Lugo e Ourense, ainda que cedendo votos. Porém, nas províncias atlánticas o crescimento compensou com creces esta caída, especialmente com o voto urbano polo que semelha que ampliou a sua base sociológica nas cidades.

O PP com umha campanha tosca e rudimentar, como a de todas as formaçons por outra banda, centrou o seu discurso em três piares: as corruptelas da coligaçom (brincadeiras ao pé das da etapa Fraga), a crise (pantasma passeada por todos os recantos de Galiza que de pouco serviu nas eleiçons de Euskal Herria) e a suposta imposiçom do galego. Estes três piares tivérom um triplo efeito. Com o primeiro, em quatro anos os despropósitos dos oito “audis” de Fraga, entre outras façanhas, esquecêrom-se, desmoralizárom o eleitorado da esquerda, que recaiu em Esquerda Unida e em Terra Galega (caso do BNG), em UpyD e outras forças como PUM+J (caso do PSOE) e no voto em branco. Com o segundo, a pesar de seguir o catecismo neoliberal que conduziu a esta crise mundial (dificilmente combatível desde Galiza e ainda desde o Estado sem um cámbio de modelo económico) calou em grande parte das classes meias urbanas, que vírom ameaçada a sua posiçom económica, mobilizando todo o seu voto urbano, clave na Galiza, e restando-lhe votos ao PSOE e compensárom as caídas no rural. Com o terceiro ganhárom múltiplos votos no ámbito urbano que entrou na ficçom erguida por Galicia bilingüe e demais actores dessa comédia das ameaças ao castelhano. Este mesmo motivo levou a moitos votantes do PSOE, mas tamém de Falange e mesmo do PP, a confiar em UPyD. O papel dos meios de comunicaçom de Madrid e de La Voz de Galicia e El Correo Gallego, entre outros, fixo o resto.

O PSOE tem a cruz nas eleiçons galegas e a cara nas bascas. Na Galiza, que nom é Catalunya (onde o governo com ERC favoreceu-nos), passou factura nas cidades o pacto com o BNG, que se segue vendo por grande parte da populaçom como umha ameaça intolerável «a la sagrada unidad de la patria». O cámbio que demandava a sociedade galega após a etapa Fraga era bem diferente no caso do eleitorado do BNG e do PSOE e nengum dos dous conseguiu contentar a nengumha das partes. Os erros do governo de coligaçom recebêrom um castigo demasiado duro quiçais, mas recebêrom-no e situam um cenário de alternativa ao PP incerto, pois dificilmente se poderá reeditar um pacto BNG-PSOE dada a base sociológica de cada um dos partidos. Com a saída de Tourinho abre-se umha nova etapa e poda que voltem as loitas intestinas, um Tourinho que fracassou ao considerar que o voto urbano socialista nom tragaria as patranhas da suja campanha do PP. Galiza ainda tem pouca cultura democrática e isso passa-lhe factura à esquerda e ao centro-esquerda.

O BNG colheita os piores resultados desde 1989 (16'58% dos sufrágios), a pesar que deveu absorver, aparentemente polo medo à volta do PP, parte dos votos da FPG e de Nós-UP. Os votos cedidos a TEGA, um “galeguismo/nacionalismo” de direitas explicam em grande parte o desastre de Ferrol e a perda do escano da Crunha. Suspeito igualmente que o trabalho do BNG nom se visualizou o suficiente nas cidades e que a campanha de difamaçons contra o BNG tivo um efeito devastador e explica que o voto em branco se inçasse, como o de Esquerda Unida.

Porém isto nom avonda para explicar o descalabro do BNG. A táctica centrista do BNG, com declaraçons de Quintana em que afirmava que o BNG nem era de esquerda nem de direita (apenas nacionalista) som intoleráveis e confirmam o que moitos vínhamos, para a desgraça da Galiza e a sua cultura, advertindo tempo atrás. O quintanismo e a UPG impugérom umha versom light e trocárom a utopia pola moqueta, sectariçárom a organizaçom e queimárom a grande parte da militáncia. Eis o resultado. Contodo, fazendo de tripas coraçom, moitos pugemos mais umha vez todo da nossa parte para que na Galiza continue existindo umha força arredista e de esquerda que ponha a Galiza por cima de qualquer outro interesse. Aos que se nos acusava de traidores, conspiradores, etc. Os resultados dam-nos a razom.

A base sociológica do BNG, por outra banda perfeitamente recuperável com as trocas oportunas, pedia um cámbio mais profundo e menos apego à poltrona. A contínua caída do BNG nas cidades, que o voto-poder e rural nom conseguiu maquilhar para desgraça de Quintana e a UPG, levam-nos a pensar que cumpre trocar moito das organizaçons das comarcas urbanas do BNG – e em Ferrol o fracasso de Francisco Rodrigues é de estrépito-[1], empeçando por um uso lingüístico coerente, quer dizer, por falar galego que é o mínimo que se lhe pode pedir a um galego que acredite numha Galiza dona e senhora de si. Por outra banda, no seio do BNG rebelarám-se com inteireza todas as loitas intestinas que a lealdade ao partido levava esganando desde a saída pola porta de atrás do líder histórico José Manuel Beiras, com o que BNG nasceu, cresceu e atingiu o seu teito eleitoral. Nom descartaria que os próximos anos sejam tormentosos para o nacionalismo galego, incluídas escisons, mas de certo isso enriquecerá ideológica e sociologicamente aos movimentos arredistas. Se em cinco séculos nom acabárom com nós como povo nom o farám agora.

UPyD, produto madrileno e moi próximo ao fascismo nos seus planejamentos (senom se inclui nel) bebeu do franquismo sociológico tirando-lhe voto urbano ao PP e ao PSOE e beneficiando-se da polémica encol a língua encetada polo PP. Contodo, nom lhe serviu de moito toda a sua verborreia infame (1'45% dos sufráfios) e em Euskal Herria, de terem-se computado os votos de D3M, nom acadaria representaçom com apenas o 2% dos votos e o frente denominado «constitucionalista» nom poderia acadar o poder ao somar D3M 7 escanos, Aralar 4, 1 EA e 30 o PNV (Esker Batua ficaria fora do parlamento). Euskal Herria ainda nom quere ser las Vascongadas.

Esquerda Unida melhorou os seus resultados, como era previsível, e malia concorrer sem Os Verdes, onde parte do seu voto viria dos sectores mais radicalizados do PSOE e, em maior medida, de capas urbanas tradicionalmente votantes do BNG. Contodo, e com todo a favor ao ser umha força de esquerda sem presença no governo, nom avondou para ultrapassar o 5% que lhes desse entrada no parlamento, em grande parte porque os partidos sem representaçom parlamentar nom jogam nas mesmas condiçons (com a salvidade de UPyD com financiamento forte e apoio dos meia madrilenos[2]).

O voto em branco e algumha das outras formaçons políticas, como PUM-J, demonstram que a gente da esquerda está farta da farsa da democracia burguesa e, perante a falha de alternativas, e a febleza dos movimentos sociais e associativos (que começavam a remontar o voo e som os que criam consciência social e democrática e espalham a ética de esquerdas e altermundista) opta por manifestar a sua decepçom perante um BNG que pode e deve recuperar a direcçom histórica de firmeza democrática, política de esquerdas e arredismo sem meias tintas que o caracterizaram até a chegada do quintanismo.

Conclusom e perspectivas

A direita atingiu na Galiza provavelmente a sua máxima expansom no tocante a sua base sociológica o que, no difícil contexto económico, porá contra as cordas ao governo de Feijó que deverá administrar moi bem a sua vitória e alonjar-se de perigosos conselheiros de Madrid. Veremos as contrapartidas que os meia que o apoiárom lhe pedem agora e se volta ao sectarismo e ao autoritarismo da era Iribarne ou actua com algo mais de inteligência e diferença entre um boi e umha vaca.

Em princípio contará com umha esquerda desmobilizada que dificilmente poderá exercer umha oposiçom normalizada ao sumir-se em crises internas, de liderança no caso de PSOE e de redefiniçom política no do BNG que deve radicalizar as suas posturas no bom sentido da palavra e optar por um projecto a longo prazo e soberanista. Neste sentido, é possível que o PP bote duas ou três legislaturas no poder enquanto a esquerda e o centro-esquerda nom amplie o seu espectro social de apoios, com a única ameaça de UPyD e TEGA pola direita que nom semelham incomodá-lo polo momento.

Que deus reparta sorte e que quando volvam as esquerda nom seja já demasiado tarde para os camponeses, os marinheiros e a classe operária... para eles escreveu Castelao o seu Sempre em Galiza. Porque nom avonda com pisar chao galego para sê-lo. Eis, porque o nacionalismo galego tem que ser de esquerdas, porque o nacionalismo sem umha clara linha esquerdista e internacionalista nom tem sentido para além de servir aos interesses burgueses que espoliam a nossa terra e o planeta.

CODA

Aos galegos e galegas que acreditárom no BNG, ou em qualquer outra opçom soberanista como Nós Unidade Popular ou a Fronte Popular Galega, moito obrigado e lembrar aquel velho provérbio chinês:

«Quando o teu arco se rompa e tenhas deitado a tua derradeira frecha, dispara! Dispara com todo o teu coraçom!». Terra a Nossa!

Antom Fente Parada, Compostela em dous de Março de 2009, NÓS SÓS!



[1] Neste sentido é notório o avanço de TEGA, como umha opçom nacionalista claramente de direitas e com umha grande implantaçom na comarca Ferrol Terra, a custa do BNG que lhe custou um escano ao BNG.

[2] Neste sentido é interessante os bonos-ajuda que emite UPyD e que devolveria despois, umha vez recebidas as subvençons pertinentes polos votos. Como um empréstimo que as capas burguesas e os grupos de pressom lhe fam ao partido, ao jeito americano, para determinar logo a direcçom do partido.

7 comentários:

AFP disse...

Beiras peta enriba da mesa: “Hai que refundar o BNG”


http://www.vieiros.com/nova/72524/beiras-peta-enriba-da-mesa-ldquo-hai-que-refundar-o-bng-rdquo

AFP disse...

D3M lograría siete escaños y más de 100.900 votos, con el 100% escrutado

Finalizado el recuento del escrutinio, la izquierda abertzale obtendría siete escaños en el Parlamento de Gasteiz si no hubiera sido excluida de la liza electoral, con más de 100.900 apoyos, según la proyección realizada por GARA. Los datos oficiales otorgan al PNV 30 escaños, al PSE 24, al PP 13, a Aralar 4, dos a EA, y uno a EB y UPyD.

La participación en las elecciones ha sido del 65,84% con el 100% de los votos escrutados

GARA

01/03/2009 21:30:00

GASTEIZ-. Con el 100% escrutado, la izquierda abertzale obtendría siete escaños, con 100.924 votos. Ello supondría un 5,68% del censo y un 8,84% del voto emitido.

En base a la proyección realizada por GARA, el PNV lograría 28 asientos, con 396.557 votos; el PSE 23, con 315.893 votos; y el PP 11 escaños y 144.944 votos.

Por su parte, Aralar lograría 4 escaños y 62.214 votos; EA un parlamentario y 37.820 votos; y UPyD otro escaño, con 22.002 votos. EB se quedaría sin representantes en la Cámara de Gasteiz, tras lograr 36.134 votos.

Datos oficiales, con la izquierda abertzale excluida

Por su parte, los datos oficiales del Departamento de Interior, con el 100% escrutado y a falta de contabilizar el voto por correo, otorgan al PNV ocho escaños por Araba, doce por Bizkaia y diez por Gipuzkoa, 30 en total.

El PSE ha conseguido un total de 24 representantes; ocho en cada herrialde.

El PP ha logrado trece; seis en Araba, cuatro en Bizkaia y tres en Gipuzkoa.

EA ha logrado dos escaños, uno en Bizkaia y otro en Gipuzkoa, mientras que EB ha obtenido tan sólo uno, por Gipuzkoa.

Aralar ha obtenido cuatro escaños, uno en Araba y en Bizkaia y dos en Gipuzkoa.

Por su parte, UPyD ha conseguido un escaño por Araba.

Anónimo disse...

Decidín seguir o teu consello e converter a composición en prosa. Gústame máis... Grazas por pasarte e opinar, sempre é un pracer terte por alí.
Unha aperta!

Rosalía Fernández Rial disse...

si, é unha boa reflexión...
O que máis me gustou foi o final e sobre todo a xustificación do galeguismo como forza necesariamente de esquerdas por e para o pobo.

As declaracións de Quintana (e con isto non as xustifico para nada) creo que obedecen sobre todo a un anhelo de popularidade, de conectar co pobo, porque sí, é moi certo o que cantaba o Zeca na súa Grândola, Vila Morena...pero sabemos que ordena realmente "povo" galego?...é máis,cantos campesiños, mariñeiros e proletarios leron o Smpre en Galiza que Castelao lles adicou?...

Comparto a idea de que o BNG debe revisar a súa política detidamente, mais convén non esquecer a MANIPULACIÓN dos medios de comunicación que apuntas ao comezo...

Sexa como for, o certo é que se comprobou que coa máxima participación da historia do noso país, este elixiu á dereita, e que como ben dis, nas anteriores eleccións tivo moito que ver o desgaste do fraguismo, o Prestige, a guerra...en fin o bipartito "foi coma un soño que nunca existiu"...

Espérannos anos (si, eu tamén creo que van ser máis de catro) de férrea dereita...E FORZA no corazón, para disparar...

Unha aperta irmandiña, camarada!

Rosalía Fernández Rial disse...

a!!e creo que o de TEGA non se pode chamar nacionalismo, xa non só polo que comentabamos de que o galeguismo ten sentido desde a esquerda, senón porque (desde o meu punto de vista) non é unha opción que crea en Galiza nin en Galicia nin sequera nun estado federal...é un partido fundado por xente do PP desencantada...
Non hai máis que ver a parodia de Xoán Gato ao BNG "moito nacionalismo pero do mar non se acorda ninguén" ou o que é o mesmo, trapallada barata que intenta conectar co pobo pero sen crer realemente nel.

Iso non quita que a moitos do BNG lles conviría ler algunha das túas reflexións e volver un pouco ó rego (como seguramente diría Xoán Gato...)

Anónimo disse...

Vejo que nom foi suficiente acudir para socorrer o animal menor?

ánimo!

Anónimo disse...

como sempre vexo que ese é o problema dos izquierdistas ou nacionalistas que como nacionalistas preséntanse 2 ou 3 partidos como esquerda outros dous ou tres se a union fai a forza por que non buscar puntos en comun no canto de en contra no meu outro blog abogo por iso