Palavras novas e velhas

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Pauto com a demo-craCIA e os hanalfabetos. Farsa em dous actos

Maio 2009

O BNG presenta unha sensatísima e mesuradísima iniciativa paralamentaria para que a normativa oficial transitoriamente vixente hoxe non coarte a creatividade literária dos escritores galegos, nom discrimine a distribución de fundos públicos legalmente destinados a promover o arrequecemento da cultura literária galega, non conculque o pluralismo constitucional na seara da criación do idioma, non se empregue como arma represiva precisamente contra quen respetan a tradición científico-cultural do nacionalismo galego dende os Precursores, ou sexa, a tese de que o galego forma parte do tronco lingüístico galego-portugués, cousa que polo demáis aínda non se atreveu a negar no plano teórico ningún gramático “normativizado”, por moi hipócrita ou tartufo que il sexa – e hainos a esgalla- anque na prática teimen tan obsesiva coma inutilmente en sustituir ese paradigma por un fetiche galego-español.
(...) Glotofaxia, cuestión de bandullo ao cabo. Mesa servida. Agás para os novoneyras, grandes e pequenos, deste país. Os que crían e crecían idioma, fala e escrita; os “desclasados”. O resto é miseria. Ou sexa: o resto dáme noxo
. José Manuel Beiras (18-4-1990), «Hanalfabetos, II» em La Voz de Galicia.



Acto 1: a demo-craCIA
Nisto da língua e a história das palavras nada é o que parece e todo dá mais voltas que essa grande nória que preenche nas festas da Ascensom a Alameda compostelana, ou as suas imediaçons mais bem. Essa Alameda que o 17 de Maio ergueu algo mais ca a voz, a dignidade ferida dum povo, para exigir respeito pola sua língua nacional a quem nom o tem mais ca o que o bandulho lhe dita, ou seja, os sádicos filisteus que enquanto em Compostela tronava “Na Galiza em galego” eles assinavam medidas para a morte da língua, trocando logo a data numha infantil nhapa, para maior abastamento do essencialismo xenófobo, canhí e imperialista tamém conhecido como espanholismo aqui na periferia da periferia.
Esses espanholistas que governam nom para todos os galegos, mas para todos os madrilenos através de seitas ligadas com o Foro da Família, a extrema direita nazi-fascista e Galicia bilingüe, organizaçom integrista que aplica, junto a UPyD e o PP, os dogmas da liberdade individual e extrema do neoliberalismo – cujos benefícios já conhecemos se nom somos parvos- ao terreio da língua:
Los personajes fundadores del pensamiento neoliberal tomaron por sacrosantos los idealis políticos de la libertad individual – así como los valores centrales de la civilización. Al hacerlo, eligieron sabiamente y bien, porque son ciertamente conceptos convincentes y muy atractivos. Esos valores fueron amenazados, arguyeron, no solo por el fascismo, las dictaduras y el comunismo, sino también por todas las formas de intervención estatal que sustituyeron los juicios colectivos por los de individuos dejados en libertad de eligir.
(...) Dejando de un lado la pregunta de si la parte del argumento resulta necesariamente de la primera, no puede caber duda de que los conceptos de libertad individual son poderosos por sí mismos, incluso más allá de aquellos terrenos en los que la tradición libera ha tenido una fuerte presencia histórica (...).
No es sorprendente, por lo tanto, que los llamados por la libertad rodeen retóricamente a EE.UU. a cada vuelta y que pueblen todo tipo de manifiestos políticos contemporáneos. Eso ha valido particularmente (...) en el primer aniversario de los ataques conocidos ahora como 11-S
. David Harvey (2009): «El neoliberalismo como destrucción creativa».

O próprio Bush e a sua camarilha falárom de “liberdade duradeira” para Afganistám e o Iraque. Hoje em Bagdade nom hai óleo para as lámpadas e morrem, dúzias de pessoas todos os dias, isso si, em democracia. Dixem democracia?
Em Euskal Herria, e no resto do Estado, qualquer candidatura de esquerda e soberanista é susceptível de ser ilegalizada nesta democracia de votar e calar; nesta ditadura mol da burguesia onde a repressom, a desinformaçom e a manipulaçom – como dá fé a final da Copa do Rei- som norma e nom excepçom. Democracia no Estado espanhol, para os espanholistas, nom vem de δεμος e κρατος, mas de demo, diabo, dianho, diábolo, demonio, evil... E o aquelarre dos demos chama-se-lhe parlamento ou parlamentinho na sua grotesca e deformada caricatura esperpéntica galaica.
Para viver em democracia, em fim, nom avonda com ter sete cadeias de televisom que substituam ao ensino vomitando vidas de bonifaces para que o povo alienado nom pense na sua. Nom avonda com que os votantes saibam ler e escrever se som analfabetos funcionais na língua própria da Galiza e ainda na alheia. Nom chega com partir de falsas promessas e premissa como que a Galiza nom é umha naçom que a Constituiçom espanhola parida polo franquismo é umha sacrossanta obra divina ditada por deus como as doze tábuas e, portanto, infalível. Nom basta tampouco com umha abastada monarquia posta aí por um tirano genocida feito made in galicia. E nom contínuo que a listage é longa de mais.
Porque, meus queridos amigos, umha democracia tem de ter legitimidade e procurar o progresso, que passa pola desalienaçom, pois como Séneca advertiu hai quase 2000 anos «a sabiduria é a única liberdade que existe». A contrário falamos de dedocracia e da encoberta ditadura da burguesia e o grande capital que peça a peça vam desmantelando o welffare state com total impunidade numha sociedade de hanalfabetos e analfabetos que lembra, cada vez mais, à que George Orwell pintara com palavras no seu romance – ou quase ensaio mais bem- 1984: o grande irmao vigia-te.

Acto II: os hanalfabetos
Alfabetos lhes chamam os nossos “ilustrados” paisanos, “ilustrados” para os olhos dos modestíssimos hanalfabetos da Galiza, a ralea inunda de auto-ódio os que vivem em Galicia e da Galiza por extensom, os godos da Saga/fuga de JB ou os invasores educados desde Terra Ancha já na Tagen Ata.
Dos demos da democracia já conheciamos a carauta e o disfarce, que pouco ou nada nos surpreende, mas dos outros que acham que o galego é umha propriedade sua, quer dizer, os que vivem do galego e da Galiza, a recíproca nom a busquedes nestes sujeitos aferrolhoados coma as “senhoritas de caldo à merenda” da A. de Xente ao lonxe.
Som os sicários e mercenários da “autonomia de cartom-pedra”, que Madrid nos cede; aprendizes da RAE que trabalham na sua sucursal, a RAG, o ILGA e o Ramón Piñeiro; os estalinistas incoerentes que anteponhem a norma e o seu uso às ideias e à libertaçom nacional da Galiza, que de todo hai numha e outra beira do Minho- ao seu passo por Ourense e nom tanto pola raia -; e, finalmente, paxaros que vivem de ilusons e governam aque, aguardemos seja nom a última, mas a derradeira mesa-camilha da Galiza, refiro-me, claro está, à Mesa-camilha pola normativizaçom lingüística.
Hogano, a Galiza padece com igual ou maior intensidade a caça de bruxas ao regeneracionismo, a sua exclusom e perseguiçom, a imposibilidade de publicar na nossa ortografia histórica, com todo o que isso trai consigo de descolonizaçom cultural (acaso os cataláns grafam à espanhola?). Umha proposta a regeneracionista que bebe, nom de laboratórios e do “separatismo das aldeias” do que Dieste falava, mas do passado e do futuro; ou estes hanalfabetos de gravata, com agá de hipocrisia, podem acreditar que o galego e a Galiza como naçom tenhem futuro dexaixo da saia política e cultural do Estado espanhol? A ver se vam ser tamém hilusos, com agá de hilotas, e nom apenas hanalfabetos.
Miséria? Quiçais si. A sua miséria moral é profunda. Som os guardadores da autarquia cultural da Galiza, os que aguçam o coitelo dia-a-dia para entregar-no-lo no dia do suicídio colectivo. Eles, os miseráveis, muito piores ca os de Vítor Hugo, os hanalfabetos, querem que nós sejamos miseráveis materialmente. Fecham-nos todas as portas e preferem o espanhol ao português, o que fala por eles; porque é que hai mais presença do português nos liceus da Estremadura espanhola do que na Galiza? Substitulam a um português do Porto, mas nom a um sevilhano na TVG. Separam a licenciatura de galego da de português contra as vozes de Cosériu, Menéndez Pidal, Carvalho Calero, Rodrigues Lapa ou Lindley Cintra. Caralhudo!
Som hanalfabetos e vivem bem de constas à tradiçom científico-literária da nossa naçom, ignorando o tronco lingüístico comum, o diassistema galego-português. Nom lhe importa o futuro a quem só pensa com o bandulho... Rezai pola sua alma enquanto eles rezam para que este povo nom abra os olhos e lhes feche os seus escleróticos chiringos. Som universitários e até filólogos em muitos casos, som a “intelligentia” dos hanalfabetos. A cremme da cremme e paro que acho que hoje já figem muitos amigos.

7 comentários:

Anónimo disse...

Nunca devemos deijar de facer amigos... Encata-me este incendio que planta-ches hoje no teu blog :D

O problema das democrácias é que realmente nom existem, é dizer, na sociedade da desinformaçom na que vivimo tentam que creamos que o tipo puro de democrácia é a nossa e nom o que Robert Dahl deu em chamar "poliarquias". A poliarquia é um sistema baseado no ideal de democracia, um intento desta que nom chega a ser tal e que se manipula para favorecer os fins duns poucos. No fondo é tudo um problema linguistico que cabe superar, como superar devemos termos como: democrácia. Porque quizais sermos antidemocratas nom seja tam malo quando a democrácia é o q é.

Umha aperta

nano disse...

aparte de apoios e amigos politicos tambien hai que pensar que venderse a calquera prezo non é bo e o bng tívose que dar conta nesta ultima campaña .
a defensa do galego deve ser literal e apoiada na rúa e iso non pasa o 80% falan castelán , ata que a defensa non empieze na rúa .
e a politica debe de empezar en nós mesmos ou facemos grandes aos partidos de aqui con xente de aqui ou os apoios só son utilizacións pasaxeiras

xOsse dorrío disse...

Cantas barbaridades se fan en nome das liberdades! Ó final a única liberdade posible é a do forte porque, este, non respeta a do débil. A min quedoume moi claro de xoven ,cando me ensinaron que a liberdade dun remata onde empeza a de outros.

Iso pódese aplicar a lingua: a liberdade para o uso do castelán remata onde comeza a liberdade para usar o galego. Non?

Anónimo disse...

Pois a min aprenderon-me na facultade, quando estudava políticas, que no fondo a liberdade só é umha forma de poder. É dizer, no sistema político actual só teremos liberdade na medida em que sejamos quem de imponher-nos a "eles", "Nós vs eles"
Tudo se soe resumir a umha luita de espazo, de supervivência dos grupos , mas esto nom deve guiar-nos cara o Darwinismo social senóm tudo o contrário: O socialismo.

Outra aperta!

Rosalía Fernández Rial disse...

despois de ler isto todo me parece TAN sumamente relativo...
Non o comparto todo, mais agradezo que me fagas cuestionar algúns dos meus principios. xa que (e en estreita relación co de darlle as costas á cultura lusa) non se pode avanzar cos ollos pechados...

Aínda así, considero imprescindible para a supervivencia da cultura/lingua galega e do galeguismo o contacto coa realidade social. Non xustifico a invención de termos por parte d1s poucos (ILGAS e demais) pero tampouco creo que a incorporación de palabras alleas aos falantes sexa a mellor solución...
(en todo caso isto é demasiado complicado como para continuar comprimíndoo n1 simple comentario)

en todo caso: felices vacacións !!
e milleiros de apertas!
(o cal, evidentemente, non implica que deixemos de pensar)

AFP disse...

Rosa, le quando podas este artigo:

http://www.adigal.org.ar/brasilfala.htm

Rosalía Fernández Rial disse...

si, si prometo quedar un día para falar diso. É un tema que me interesa moito...
pero debo levar as cousas preparadas, que os reintegracionistas sempre tedes moi bos arguemntos (d feito a Helena sempre acababa conmigo ns conversas dese tipo).

E si que me debería comprometer máis coa asamblea...
cántas cousas pendentes...

Unha aperta, camarada !