Palavras novas e velhas

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Marta e a democracia

A trágica morte de Marta del Castillo une-se a umha longa lista preta de mulheres assassinadas polo terrorismo machista, auspiciado polos poderes fácticos com dinámicas patriarcalistas que se reproduzem como consignas de dia para dia nos meia. Porém, a sociedade só vê o facto pontual, limitada pola espiral de ignoráncia em que vive submetida polo binómio político-militar, e lança-se às ruas reclamando um referendo para estabelecer a cadeia perpetua.
A cadeia perpetua é, para além de anticonstitucional, um atentado contra umha sociedade que se julga a si própria democrática, pois obvia o básico de qualquer sociedade que deseje realmente ser democrática; e por democrática nom se entende a pseudo-democracia da II Restauraçom bourbónica, a democracia de votar e calar. As penas relacionadas com estes repugnantes delitos som elevadas e deveriam conduzir, no plano teórico à reabilitaçom. No entanto, o que deveria exigir a sociedade é que se educara em valores autênticamente democráticos (algo que nom se pode fazer num sistema que lega a educaçom a simples adoutrinamento) desde umha ética de esquerdas que garantisse a igualdade e, portanto, pugera fim ao patriarcalismo das democracias burguesas.
Dá-me no espinhaço, que de seguirem os ataques ao chamado estado do bem-estar e a caída do poder aquisitivo do proletariado e as classes meias (em compreensom e descomposiçom iminente), o Estado espanhol recuperará o debate da cadeia perpetua e instaurará-a nom para os criminais e delinqüentes, pouco ameaçadores para a sua perpetuaçom, mas para aplicar-lhas ao terroristas, ou seja, a todos os presos políticos, que por serem opostos ao sistema, tenham matado ou nom, som terroristas. Isso si, empregando para fazer este recorte dos direitos democráticos o torna-chuvas da existência dos assassinos machistas educados nas suas escolas, que destilam, a partes iguais, um ranço patriarcalismo e um nacionalismo burguês centralista que repete umha e outra vez unidades imaginárias de naçons inventadas após a revoluçom burguesa de 1789.
Destarte, esta seria umha conseqüência lógica ao proceder das democracias burguesas. A Patriotic Art de Bush planejava implantar um chip aos imigrantes, enquanto no Estado espanhol se aplicava a Lei Antiterrorista a operários detidos em concentraçons para defender os seus direitos de classe. A demagogia da seguridade cidadá (em teórico reforço da liberdade) nom vai além de legislaçom para recortar direitos e esmagar qualquer resposta ao sistema. A outro cam com esse osso, mais repressom nom. Os delinqüentes e assassinos devem deter-se na escola, denantes de que matem e nom matá-los ou enterrá-los em vida após o crime, símbolo do fracasso dum modelo social vazio, sem consciência crítica, nem ética real e conseqüente conforme a umha ideologia de livre mercado e livre-pensante, isso si, de cranios ocos. VIVA GALIZA CEIVE, SOCIALISTA e NOM PATRIARCAL!

Na Galiza ocupada a 21 de Fevereiro de 2008, NÓS SÓS!

1 comentário:

A Conxurada disse...

Non podería estar máis dacordo en todo o que dis. As cousas pintan mal, o sistema educativo é cada vez máis pobre en valores éticos axeitados, e tanto neste como en todos os ámbitos o único que se pretende é "educar" ovellas ben mansas e ben enclaustradas dentro de catro muros.